Livro: Caio Jr - o ídolo, o ser humano e sua inesquecível jornada

Meu amigo Caio Junior

Quis o destino que eu não estivesse com você naquele voo. Permaneci aqui e pude levar adiante um pedido que havia me feito um mês antes de partir, que era escrever um livro contando sua história.

De onde estiver, tenha certeza de que contribuiu muito para essa biografia. Só foi possível porque você deixou sua marca por onde passou, fazendo amigos que fizeram questão de compartilhar as histórias que viveram juntos.

Seu legado permanece vivo nos ensinamentos, no seu exemplo de ser humano e na família sólida, construída na base do respeito, amor e educação.

Esse livro é uma homenagem e uma retribuição pelos anos que convivemos com muito profissionalismo, amizade e cumplicidade.

Adriano Rattmann

Sobre o Livro

Apesar de já conhecer o Caio Junior como jogador do Paraná Clube em 1997, como comentarista esportivo na rádio Banda B e do programa Mesa Redonda, da CNT, foi quando ele se tornou coordenador técnico do Coritiba, em 2001, que nos aproximamos. Como assessor de imprensa do clube, dividíamos o quarto nas viagens e iniciamos uma amizade e reconhecimento recíproco pelo trabalho que desempenhávamos.

Em 2003, quando eu estava trabalhando na Secretaria de Esporte do Estado, o Caio foi me visitar ao lado do ex-jogador Serginho Cabeção. Disse que tinha um convite para dirigir o Cianorte, mas que só aceitaria se eu fosse seu assessor de imprensa.

E assim, acreditando em seu potencial, e ele no meu, caminhei ao seu lado nos momentos difíceis dos primeiros anos de carreira até se firmar com um dos treinadores de ponta do futebol brasileiro.

Devido à nossa parceria, pude conhecer o Japão onde visitamos templos e andamos de trem bala; o Qatar, onde passeamos de camelo pelo deserto, os Emirados Árabes, com seus shoppings centers luxuosos, arranha-céus e lindas praias artificias; além de ter ido em todas as cidades onde ele trabalhou no Brasil, desde a sua apresentação à imprensa até os jogos mais importantes. Acompanhei os dias que antecediam às partidas, as semanas de trabalho, as preleções, os vestiários em dias de jogo, comemoramos e sofremos juntos muitas vezes.

Jogamos muita bola, onde quer que estivesse a “pelada” era sagrada. E para minha sorte, ele sempre me escalava em seu time. Vi seus filhos crescerem, acompanhei sua evolução profissional e pessoal e fui testemunha de uma relação de muito amor e cumplicidade de Caio e sua esposa Adriana.

Em 2013, quando técnico do Vitória, Caio me chamou em Salvador e disse que queria que eu o ajudasse a escrever um livro. A ideia era algo que pudesse mostrar seu trabalho como treinador, como administrava os elencos, como gerenciava a comissão técnica, os jogadores, a forma de lidar com a diretoria, a imprensa e a torcida. Iniciamos uma série de entrevistas que abordava seu trabalho. Paralelo a isso, Caio tinha um manuscrito em que deixou registradas várias passagens da vida pessoal e da carreira.

Esse conteúdo foi uma base para iniciar o livro. Acredito que os 13 anos que fui seu assessor de imprensa me capacitou e deu a ele a confiança de tocar esse projeto. Um mês antes do acidente com o voo que o vitimou, recebei um vídeo seu, no meu aniversário, me parabenizando e terminava dizendo: “Vamos fazer meu livro garoto!”

Mas, só foi possível porque o Caio fez uma legião de amigos e admiradores que esteve sempre disposta a contribuir com suas histórias e que me ajudaram a escrever essa biografia. Foram cerca de 200 entrevistas em três anos de pesquisa.

Este não é apenas um relato de seus feitos, mas a história de alguém com suas qualidades e defeitos, como todo ser humano. A obra retrata suas dificuldades para se tornar jogador, se firmar como treinador e o homem que conseguiu superar um dos males do século, a depressão, que era um tabu, mas hoje está cada vez mais evidente no mundo do esporte.

Não posso garantir que boas histórias ficaram de fora ou que alguém possa ter uma versão diferente de algum dos fatos, mas mergulhei de forma profunda, me dedicando ao máximo, para não decepcionar meu amigo Caio Junior, escrevendo sua biografia da forma mais precisa possível dos seus 51 anos, 215 dias, muito bem vividos!

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